No dia 22 de abril de 1500, após
44 dias de viagem, a frota de Pedro Álvares Cabral vislumbrou terra.
Naquele dia, o Brasil – batizado
de Ilha de Vera Cruz- misturava sua história ao curso da história da Expansão
Europeia.
Descoberto em pleno
Renascimento, o Brasil não foi imediatamente explorado, pois para os
portugueses as colônias orientais eram, na época, bem mais rendosas. Além
disso, o Brasil era uma terra totalmente desconhecida, nada se sabendo de suas
características geográficas nem de seus habitantes.
“[...] não havia ouro à flor da
terra, nem impérios a serem conquistados.” A coroa portuguesa desinteressou-se
de colonizar o Brasil, embora não deixasse de enviar frequentes expedições à
nova colônia.
Ø Período Pré-Colonial
(1500-1531):
A
nova terra é, então, abandonada durante, mais ou menos, 30 anos. Pois os
olhares do mundo voltavam-se para as Índias e suas especiarias.
Esse
período de 31 anos de “abandono” do Brasil é chamado de Pré-Colonial; pois o
termo colônia quer dizer exploração e
povoamento. Se não tinha povoamento não tinha colônia.
Com
um tempo, os olhares ambiciosos do europeu notaram a existência de Pau-Brasil e
como o comércio deste era rentável, não perderam tempo e logo começaram a
exploração da árvore que, tempos depois, daria nome ao país.
Inicia-se,
então, o ciclo do Pau-Brasil, que durou 31 anos.
Com
todas as forças voltadas para essa exploração, algumas práticas tornaram-se
frequentes, entre elas, o escambo.
Com
esse ciclo, surgiu também, as feitorias.
Ø Período Colonial (1531-1822):
Tempos
depois da chegada, a corte portuguesa começou a abrir os olhos para a nova
terra e notou o valor que ela tinha.
Criou
receio, então, de perdê-la; especialmente porque, desde 1504, franceses
chegavam à Ilha de Santa Catarina, logo seguidos pelos espanhóis. Desse modo,
perceberam que só havia uma forma de proteger o Brasil: povoando-o. E é assim,
que inicia-se o Período Colonial.
A
partir de 1530, Portugal começa a ficar instável. Além das invasões às novas
terras, começa a perder monopólio do comércio de especiarias. E o povoamento
das terras brasileiras seria a solução para estes dois problemas.
Assim,
em 1530, D. João III, determinou o envio da expedição colonizadora comandada
por Martim Afonso de Sousa, que aqui chegou em 1531.
Essa
expedição trazia consigo o objetivo de colonizar o Brasil, contudo, as ambições
da Coroa iam mais além do que uma mera expedição poderia alcançar.
Então,
em 1532, D. João decidiu implantar as Capitanias Hereditárias, dividindo
as terras brasileiras em 15 lotes de terras.
Os
documentos pelos quais o rei transmitia aos donatários a tarefa de colonização
eram:
·
Carta de Doação- certificado
de posse de terra.
·
Carta de Foral- regulamentava
a administração das terras conquistadas.
ª Ciclo do Açúcar (1531-1654):
Com
a extração do pau-brasil entrando em decadência, o rei de Portugal começou a
pensar em uma outra forma de explorar o território.
Sabia-se
que as terras brasileiras eram férteis. Pero Vaz de Caminha já tinha afirmado:
[...]
“dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”
E com essa realidade, o rei pensou em algo que
estava em alta na Europa: - o açúcar.
Além
de possuir terras férteis, o Brasil também possuía grandes extensões de terras.
E além de obter lucros, também iria ocupar as terras que estivessem vazias.
Em
1531, Martim Afonso de Sousa introduziu a Cana-de- Açúcar no país. Fundando a
vila de São Vicente e o primeiro engenho açucareiro.
As
capitanias de São Vicente (fundada por Martim Afonso) e de Pernambuco (fundada
por Duarte Coelho) foram as únicas que prosperaram.
A
forma de exploração da terra se assemelhava a exploração das colônias do Sul
das 13 Colônias (plantations).
1-
Monocultura;
2-
Latifúndios;
3-
Exportação;
4-
Escravos.
No começo, utilizavam mão-de-obra
escrava dos índios, pois a Carta de Foral permitia; contudo foi uma medida
revogada em 1548, por conta das missões Jesuítas e o comércio de negros passa a
ser mais lucrativo.
ª Governos Gerais:
Diante
do insucesso das Capitanias Hereditárias – que não deu certo pois o território,
por ser muito grande, era mal administrado. Ocorriam muitos conflitos internos,
nem todas foram habitadas, dificuldade em manter contato com a Coroa, má
eficiência dos capitães donatários - o território brasileiro necessitava de uma
centralização de poder, de um órgão que resolvesse os problemas. Ademais, a
Corte só entendeu isso em 1548, quando é instaurado o Governo-Geral.
Foi
construído em Salvador (primeira capital do Brasil).
O
primeiro governador-geral foi Tomé de Souza.
¨ Tomé de Souza (1549-1553)- trouxe a
primeira leva de negros e o primeiro bispado para o Brasil, com o Bispo
Sardinha.
¨ Duarte da Costa (1553-1558)-
trouxe consigo o jesuíta José de Anchieta. Fundou, na capitania de São Vicente,
a origem da cidade de São Paulo. Foi em seu governo que os Huguenotes chegaram
ao Brasil, fundaram a França Antártica, por volta de 1555.
®
Invasões
Francesas:
As
terras do novo continente, em sua maioria, tinham sido divididas entre
Espanhóis e Portugueses e isso causou insatisfação nos outros países europeus,
principalmente na França e Inglaterra.
Francisco
I, rei da França, chegou a ironizar o Tratado de Tordesilhas.
Francisco
era contra a doutrina do “mare clausum” (mar
fechado), neste caso, fechado aos Portugueses e Espanhóis. E então, o rei da
França começou a expandir ideais do “mare
liberum” (mar aberto) e fez crescer no povo francês uma vontade de
expandir.
A
partir de então, armadores e comerciantes franceses passaram a enviar um fluxo
constante de expedições ‘ilegais’ ao Brasil. Logo estabeleceram uma relação
amigável com os indígenas, coisa que os portugueses não tiveram a proeza de
conseguir.
Duarte
da Costa não conseguiu expulsá-los e foi substituído por Mem de Sá.
¨ Mem de Sá (1558-1572)-
[continuação das Invasões Francesas]:
Fundaram,
na atual cidade do Rio de Janeiro, a França Antártica e se aliaram aos índios
Tamoios, dando origem a Confederação de
Tamoios. Essa Confederação chegou a apoiar a invasão francesa contra os
portugueses.
Tentou,
por diversas vezes, expulsar os franceses da região, mas não conseguiu.
Até
que, com a ajuda de José de Anchieta, que conseguiu “convencer” os índios a
cederem; conseguiu, em 1563, um tratado de paz com os portugueses, chamado de Armistício de Iperoig.
Além
de combater os franceses, Mem de Sá também determinou a criação de mais
engenhos e a compra de mais escravos.
Após
sua morte, o Brasil é divido em dois governos (Norte e Sul), até a chegada da
Corte Portuguesa, em 1808.
ª União Ibérica- Período Filipino
(1580-1640)
Por
volta de 1578, a situação política, econômica e social de Portugal, estava
instável. O rei português, D. Sebastião, decidiu guerrear, em um conflito que
ficou conhecido como Batalha de Alcácer-Quibir. Acabou morto.
D.
Sebastião não tinha herdeiros e quem acabou assumindo o trono português foi seu
tio, Cardeal Dom Henrique; que tinha uma idade avançada e morreu dois anos
depois.
Em
1580, quando o Cardeal morre, inicia-se a União Ibérica.
Na
linhagem sucessiva, estava Felipe II, da Espanha. E, apoiado por nobres
portugueses, ele assume.
Ao
assumir, enfrentou pouca resistência e oposição.
Felipe,
invés de dominar o reino, manteve sua autonomia, suas leis, sua língua e a
estrutura administrativa.
Quando
a Espanha passa a dominar Portugal, consequentemente, passa a dominar todas as
terras que pertenciam a Portugal. E então, a Espanha passa a ter o monopólio de
quase todas as terras descobertas do planeta. Isso causou uma tamanha
insatisfação nos outros países, principalmente Inglaterra, França e Holanda.
A
Holanda, então, pensa em uma forma de enfrentar a Espanha, mas não diretamente.
E a estratégia acaba sendo a invasão de territórios espanhóis; e assim, a
Holanda acaba invadindo o Brasil.
O
Brasil foi um lugar estratégico, pois tinha produção açucareira e tráfico
negreiro.
Invadir
o Brasil era unir o útil do lucro açucareiro ao agradável da vingança contra a
Espanha.
A
invasão holandesa no Nordeste foi promovida pela Companhia das Índias
Ocidentais.
O
primeiro ataque ocorreu em 1624, na Bahia, com o objetivo de tomar a sede
administrativa colonial, Salvador. Acabaram derrotados e tiveram que sair.
Eles
perceberam que tinham que invadir um local menos protegido, mas com grande
importância para a colônia, e foi aí que pensaram na capitania de Pernambuco.
Em
1630, atacaram o litoral pernambucano e depois de constantes enfrentamentos com
tropas portuguesas conseguiram dominara região, em 1635.
Para
reerguer o nordeste açucareiro, a Companhia das Índias Ocidentais nomeou um
governador holandês para o Brasil: Maurício de Nassau, que governou
Pernambuco de 1637 até 1644.
Uma
das primeiras medidas tomada é a proibição do tráfico negreiro e substituição
do negro pelo índio, o que faz surgir os primeiros Bandeirantes e acaba fazendo
com o que país expanda territorialmente.
Nassau
investiu fortemente na infraestrutura de Pernambuco, fez grandes obras
públicas, na tentativa de criar uma cidade no Brasil parecida com a capital
holandesa.
Além
disso, trouxe diversos artistas e cientistas para o Brasil, como o pintor Frans
Post.
E
também investiu pesado na produção açucareira.
Os
holandeses também chegam na região que atualmente corresponde ao estado de
Alagoas e lá, apoiados por Juan Domingos Calabar, acusado de traidor, invadem e
conquistam Porto Calvo.
Porém
nem tudo são flores. Mais cedo ou mais tarde esse ápice dos holandeses iria
acabar.
A
saída de Nassau do governo holandês no Nordeste, em 1644, pôs fim à boa
convivência que se tinha estabelecido entre colonos e holandeses.
Os
novos administradores tentaram recuperar os gatos feitos por Nassau e aumentar
os lucros da companhia holandesa. Pressionaram os fazendeiros a pagar os
empréstimos concedidos sob ameaça de confiscar suas terras ou a produção. Tal
realidade deflagrou uma nova guerra entre colonos e holandeses.
¨ As Guerras de Expulsão:
Portugal
queria recuperar o controle da rica região açucareira, mas não tinha condições
financeiras de apoiar os colonos. A única saída vista pelos colonos foi, então,
formar milícias em várias partes do Nordeste.
Os
combates para expulsão dos holandeses ficaram conhecidos como Insurreição
Pernambucana (1645-1654).
Em
1645, estoura a Batalha de Tabocas.
A
situação era complicada, portugueses não tinham um forte preparo para a luta.
Até que em 1648, dois exércitos rivais se defrontaram nos montes Guararapes.
O
combate conhecido como a Primeira Batalha dos Guararapes aumentou a moral dos
insurretos.
A
Segunda Batalha dos Guararapes foi um confronto decisivo.
Mesmo
assim, os invasores resistiram até 1654. Contudo, a Holanda desistiu da guerra
do açúcar abrindo mão do Brasil.