Com o advento da Revolução Industrial e a ascensão
do capitalismo alguns grupos sentiam-se explorados e tinham a necessidade de
viver em uma sociedade mais igualitária. Os russos começaram a pensar assim e,
por conta disso, começou a efervescer um sentimento revolucionário.
v Antecedentes:
·
Czarismo- Rússia vivia dentro de um modelo de governo absolutista, que
começava a desagradar boa parte da população;
·
Ochrama- polícia
política que controlava o ensino, a imprensa e os tribunais;
·
Feudalismo- no começo do século XX a Rússia ainda era um país
extremamente agrário; o que, tempo depois, causou fome e desigualdade. Os
trabalhadores rurais viviam em extrema pobreza e mesmo assim tinham de pagar
altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II.
·
Industrialização Frágil- por grande parte de a população viver no campo e as atividades econômicas serem rurais, a
industrialização russa era muito frágil;
·
Guerra da Manchúria (1904)- conflito entre Japão e
Rússia. Este conflito desorganizou a economia, piorando a situação dos operários e camponeses. A derrota acirrou os ânimos contra o Czar.
·
Primeira
Guerra Mundial- faltavam alimentos na Rússia czarista, empregos
para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou
a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram
aumentar muito a insatisfação popular com o czar.
Em meio a
tudo isso, surgiam grupos que visavam a derrubada do imperador. Entre essas
forças, destacava-se:
·
Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), fundado em 1898. Em 1903, o
POSDR se dividiu:
®
Bolcheviques- liderados por Lenin.
Acreditavam que a revolução deveria ser dirigida pela classe operária, em
aliança com os camponeses e que por meio da luta armada se chegaria ao poder.
®
Mencheviques- liderados por Martov.
Acreditavam que a revolução deveria ser dirigida pela burguesia e se chegaria
ao poder por vias pacíficas, como as eleições.
Ou seja, o que as separava
eram as divergências de ordem política e de caráter tático.
Além dessas duas visões sobre
a revolução, havia uma terceira: a de Trotski, que formulava uma teoria
conhecida como “Revolução Permanente”. Ele concordava com os Bolcheviques, mas
acrescentava que, ao chegar ao poder, a classe operária deveria fazer sua
própria revolução.
v Domingo Sangrento- “Ensaio Geral”:
Em 1905,
quando se tornou evidente que o czarismo não traria saldos positivos, diversas
revoltas explodiram em território russo. Ascendia, então, o processo revolucionário na Rússia. Os operários
estavam revoltados com os baixos salários, com a fome, com a desigualdade e com
a exploração.
Em janeiro de
1905, um movimento pacífico, liderado pelo padre George Gapon, deslocou-se em
direção ao Palácio de Inverno, em São Petersburgo.
Os
manifestantes levavam um documento destinado ao czar Nicolau II, pedindo
melhores condições de vida e trabalho, Reforma Agrária e a constituição de uma
Assembleia Nacional.
Apesar do tom
pacífico da manifestação, a guarda nacional abriu fogo contra os manifestantes,
matando centenas deles, o que serviu para aumentar ainda mais a impopularidade
do imperador.
Depois do
massacre, o imperador acabou tendo noção do que havia feito e das consequências
de tal ato. Em uma tentativa de amenizar a situação, ele criou um Parlamento,
conhecido por DUMA.
v A Revolução
de Fevereiro (Menchevique):
Aos poucos, os partidos políticos
e as agremiações de classes ganharam apoio popular e legitimidade.
Em fevereiro de 1917, ocorreram
diversos protestos que pediam, sobretudo, a saída de Nicolau II do poder.
Os revoltosos tomaram as
fábricas, ocuparam instituições oficiais, passaram a controlar o deslocamento
de trens e se aproximaram das forças oficiais insurgentes.
Em decorrência desses
acontecimentos, o Czar Nicolau II foi deposto no final daquele mês.
De imediato, foi constituído
o Soviete de Petrogrado, uma espécie de Parlamento Proletário, que
passaria a disputar o poder na capital. Além disso, também passou a combater a
DUMA.
Por outro lado, a DUMA elegeu
o governo provisório, com o objetivo de reestabelecer a ordem. Pretendia,
também, consolidar o regime monárquico constitucional e tinha como líder Lvov,
sob influência de Alexander Kerenski.
Apesar do desejo de paz que
animava grande parte da população, o novo governo decidiu permanecer na Grande
Guerra.
Somado a esses fatores,
tem-se o fato de que os exilados passaram a retornar ao território russo, como
Vladimir Lenin, banido após a Revolução de 1905.
v Teses de
Abril e os Bolcheviques:
Em abril de 1917, Lenin
retornava do exílio.
Ao chegar em Petrogrado
começou a propagar ideias marxistas. Tais ideias se concretizaram com um texto
intitulado “Teses de Abril”, que exigia:
·
Paz- saída da Rússia da Guerra;
·
Pão- distribuição alimento;
·
Terra- Reforma Agrária.
Contudo, as Teses não foram
bem repercutidas entre os conservadores, já que instigava agitações dos
camponeses e operários contra o governo provisório.
Aos poucos, grupos liderados
por revolucionário e bolcheviques passaram a almejar “todo o poder aos sovietes,
aos operários e aos camponeses”. Em meio a tudo isso, ascendia a figura de Leon
Trotski, importante na liderança bolchevique.
Para tal organização, era
necessário seguir o curso da revolução a fim de consolidá-la. Mas, para isso,
era preciso superar o controle político exercido pela DUMA.
v Revolução de
Outubro (Bolchevique):
Na noite de 24 de outubro de
1917, os bolcheviques assumiram o controle de Petrogrado, obrigado Kerenski a
fugir.
Para ocupar o poder, foi
constituído o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lenin, que
proclamou o nascimento da República Soviética Russa, em 26 de outubro de 1917.
Logo se realizou o Congresso
dos Sovietes, que tomou medidas bastante importantes:
·
Articulação para a assinatura do Tratado de Brest-Litovski
(assinado com a Alemanha, garantia a saída da Rússia da Primeira Guerra
Mundial);
·
Prisão das lideranças políticas ligadas à monarquia absolutista.
v A Guerra
Civil (1918-1921):
Após a revolução Bolchevique,
o Exército Branco (mencheviques,
membros da nobreza, oficiais ligados ao Czar) – apoiado pela Inglaterra e
França - tentou desarticular a escalada de poder dos revolucionários.
O receio dos países que
apoiavam tal Exército era que fossem disseminadas ideias socialistas pela
Europa.
Apesar do apoio de potências
europeias, o Exército Branco não obteve êxito no enfrentamento contra o
Exército Vermelho, que tinha um forte apoio popular.
Após vários conflitos e
mortes, em 1921, a guerra civil chegou ao fim com vitória do Exército Vermelho.
A Guerra civil durou três anos
e causou um enorme estrago: reduziu a produção agrícola à metade, milhões de
pessoas foram mortas e a produção industrial caiu. Diante dessa situação, o
governo instituiu um Comunismo de Guerra, em que todos os setores
da economia foram estatizados.
A partir de então, começaram
greves operárias em Petrogrado e nessa época todos os partidos políticos foram
proibidos, ou seja, a Rússia virou um Império de um único partido: o Partido
Comunista. Os Bolcheviques acreditavam que a revolução na Rússia daria início a
um processo internacional, mas não foi o que aconteceu, e eles estavam contando
com isso para poder implantar melhor o socialismo na Rússia. Tendo isso em
vista, que nenhuma outra revolução socialista deu certo, eles tinham que tomar
uma decisão para garantir o sucesso da implantação na Rússia e então eles
implantaram a Nova Política Econômica (NEP), idealizada pelo
Lenin, com o objetivo de estimular a agricultura, combater a fome e aumentar o
vínculo dos comunistas com os camponeses. Junto a NEP, foram estabelecidas
algumas decisões:
·
Direito a pequena propriedade privada;
·
Pequeno retorno da economia de mercado para que os socialistas
pudessem avançar em um futuro próximo (“um atrás para depois dar dois à frente”).
Em 1922 foi instituída uma
nova constituição, onde as diversas repúblicas passaram a formar a União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
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