Depois de longos anos de submissão à Corte portuguesa e muita
bagunça feita, é hora de pôr tudo em seu devido lugar. Então, é isso que D.
Pedro I tenta fazer por 9 anos de seu governo: arrumar a casa.
Em 1823, D. Pedro convoca a primeira Assembleia Constituinte o
que gera conflitos entre três grupos da elite.
O maior dos grupos era dos Liberais Federalistas
(Moderados); que pediam liberdade econômica e maior poder nas mãos dos
empresários. Além de quererem descentralizar o poder do Imperador.
O grupo dos conservadores era o grupo dos Absolutistas
(Partido Português); que pediam a volta de um sistema colonial ou
centralização do poder na mão da Corte.
O terceiro grupo, liderado por José Bonifácio de Andrada,
mantinha-se entre os outros dois grupos. Era chamado de Os Bonifácios
(Partido Brasileiro) e queriam o poder centralizado e uma certa liberdade,
limitada.
Entretanto, D. Pedro não simpatizava com nenhuma das ideias.
Os líderes desses grupos, apesar das divergências, decidiram
instituir o voto censitário e indireto.
Contudo, iniciou-se uma série de acirrados conflitos entre os
grupos e então, D. Pedro dissolveu a Constituinte em novembro de 1823, no
episódio conhecido como Noite da
Agonia.
Com isso, D. Pedro nomeia um Conselho de Estado e juntamente
com membros do Partido Português, em março de 1824, outorga a primeira
Constituição do Brasil.
A Constituição de 1824 traz consigo:
o
Divisão dos
três poderes;
o
Voto para
homens livres, alfabetizados, com mais de 25 anos e mais de 100 mil réis como
renda anual;
o
Poder
Moderador.
Agora, o país iria dançar conforme sua música. O Brasil era
independente, mas vivia um absolutismo ilustrado.
D. Pedro criou, assim, a Constituição que bem entendeu, mas
isso não agradou a todos.
Assim sendo, uma série de revoltas iria eclodir naquela época
e tudo seria apenas um “trailer” do
que viria acontecer no Período Regencial.
v Confederação do Equador (1824):
Em Pernambuco, os Liberais ocuparam o Palácio Governamental e proclamaram a Confederação do Equador.
Em Pernambuco, os Liberais ocuparam o Palácio Governamental e proclamaram a Confederação do Equador.
Foi um movimento republicano, abolicionista,
urbano e popular.
Queriam o rompimento da província em relação
ao governo sediado no Rio de Janeiro e a declaração de uma nação independente e
republicana nos moldes estadunidenses.
Manuel de Carvalho Paes de Andrade passou um
tempo exilado nos Estados Unidos e de lá voltou com ideais republicanos. Ele já
tinha participado da Revolução Pernambucana de 1817.
Quando retorna para Recife, encontra uma
junta para governar a província, chamada de Junta dos Matutos.
Essa junta pressionou o antigo governador da
província, Francisco Paes Barreto, que acabou renunciando. Assim, a junta
nomeou Paes de Andrade como novo governador provincial; mas isso não era
permitido.
Dessa forma, quando D. Pedro tomou
conhecimento da situação, pediu a volta de Paes Barreto. Ele tentou, porém não
conseguiu o cargo de volta.
Indignado com a situação, D. Pedro espalhou o
boato de que Paes de Andrade iria proclamar a República no dia 6 de março; era
uma emboscada.
Paes de Andrade caiu. Negando a proclamação
no dia 6 de março, mas deixando em aberto que sim, iria proclamar, mas não no
dia 6. Com isso, ele acabou se afirmando republicano.
No dia 31 de março, D. Pedro ameaça o
fechamento do Porto de Recife caso Paes de Andrade continuasse no poder.
E então, muita gente adere ao movimento.
Pedro de Bragança percebe que de elitista
esse movimento não tem nada, é popular.
Em abril, ele propõe um apaziguamento: nem
Paes de Andrade nem Paes Barreto. Uma terceira opção: José Myrink – um liberal
mineiro.
Mas o problema não estava no nome que
governaria Pernambuco e sim no fato de que sempre, D. Pedro queria todas as
escolhas de seu jeito.
E os liberais passaram a ver essa tentativa
de apaziguamento como uma franqueza do Imperador.
Assim, Paes de Andrade aproveita o momento
para escrever uma carta, no dia 1º de maio de 1824. Nessa carta, encontra-se as
características da Confederação:
o
Pedem uma nova Assembleia Constituinte;
o
Insatisfação com o Poder Moderador;
o
Distribuição do poder político;
o
Separatismo;
o
Abolição da escravatura.
No dia 2 de julho de 1824, Paes
de Andrade proclama a Independência de Pernambuco e pede ajuda norte-americana
e inglesa, que acaba não acontecendo.
Contudo, o Movimento enfraquece.
Em julho, Pernambuco sofre uma
série de ataques e os líderes do Movimento são condenador. Paes de Andrade
foge, mas outros líderes mais pobres, como Frei Caneca, são condenados à morte.
v Guerra da Cisplatina (1825):
D. João havia ocupado a Região da Cisplatina
e o povo não aceitou e começou a se rebelar.
A Argentina, aproveitou o momento e ocupou a
região. O Brasil, então, começou a disputar com a Argentina essa região.
A disputa se estendeu de 1825 até 1828.
Depois de 3 anos de incansáveis batalhas e
nenhum vencedor, a Inglaterra decide intervir e em agosto de 1828 força uma
declaração de paz entre Brasil e Argentina. Ou seja, não teve um ganhador.
O custo da guerra foi muito alto e em 1829, o
Banco do Brasil fecha; causando mais descontentamento na população.
v Abdicação do Monarca:
D. Pedro começa a ser “mal visto” logo ao
convocar a 1º Assembleia Constituinte e outorgar o Poder Moderador. Ou seja,
desde o início ele já se mostrou autoritário.
Assim, tempos depois, o povo já não vê mais
Pedro de Bragança como “herói”.
Embora tenha centralizado o poder em suas
mãos, sempre agiu constitucionalmente.
D. Pedro envolveu-se em crises internas e
externas. Incompatibilizou-se com o Exército, o povo e a política. Viu o Brasil
se endividar e Portugal rebelar-se. Declarou uma guerra desastrosa à Argentina.
O povo, recrutado à força, também passou a
odiar D. Pedro e os ataques se tornaram uma espécie de esporte nacional.
Em 1831, D. Pedro I abdicou em nome do seu
filho de 5 anos, D. Pedro II.
Morreu sozinho, em 1834, e sem, nem ao menos,
conhecimento do povo brasileiro, envolto nas turbulências regenciais.
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